Tipo: CD
Nome: SECOS E MOLHADOS (DIGIPAK)
Artista: SECOS E MOLHADOS
Origem: NA
Descrição:
O maior fenômeno de vendas de sua época, o dobro do campeão absoluto de então, Roberto Carlos. Uma verdadeira revolução cultural. Poesias musicadas misturando rock e MPB, forte apelo visual, dança provocante, teor andrógino antes de qualquer manifestação ou respeito às diferenças e liberdade à toda prova em plena ditadura, tudo isto contribuiu, mas a música é o principal. A banda acabou no segundo disco, por motivos puramente financeiros. Depois disto seguiram carreiras solo, tendo decolado apenas a do vocalista famoso de voz fina.
Depoimentos da gravadora dão conta de que as máquinas não conseguiam produzir o que o mercado procurava, e a matéria prima demorava pra chegar, então começaram a derreter os discos já prontos de outros artistas e a capa, que era um álbum que abria, passou a ser simples, apenas por este motivo.
Cabe uma nota importante: esta banda foi a primeira a utilizar maquiagem pesada, baseada no Teatro No japonês. Durante uma apresentação no México, vieram uns americanos e os convidaram a fazer uma banda mais pesada, mas cantando em inglês e com um nome bem curto e simples de se pronunciar em qualquer língua. Rejeitaram. Segundo Ney Matogrosso, que propaga isto a quem queira ouvir, ele não queria ser uma segunda Carmem Miranda. No ano seguinte estes cavalheiros lançaram o Kiss, outro fenômeno tao importante e com o mesmo valor musical quanto os Secos e Molhados.
Um registro histórico.
Track List:
1. Sangue Latino
2. O Vira
3. O Patrão Nosso de Cada Dia
4. Amor
5. Primavera nos Dentes
6. Assim Assado
7. Mulher Barriguda
8. El Rey
9. Rosa de Hiroshima
10. Prece Cósmica
11. Rondó do Capitão
12. As Andorinhas
13. Fala
Originalidade, lição 1: Não há nada no mundo, nem feito antes, nem durante, nem depois, sequer parecido com o Secos e Molhados e o som que o grupo registrou em seu primeiro e antológico álbum. A carreira da banda foi tao rápida e sua eficiência tao intensa que não houve tempo para que a gente entendesse direito o que se passava. Foi a carreira perfeita nos conceitos do rock. Era absolutamente brasileiro mas era glitter, era delicado e agressivo nas doses certas e, acima de tudo, tinha muito apelo comunicativo. Era pop até não poder mais - desde as canções até ao visual (e a antológica capa do disco, claro). Extremamente bem tocado e gravado, apesar dos parcos recursos de estúdio da época, até hoje o frescor de faixas como Assim Assado, Fala e Sangue Latino se mantém intacto.
Obras Fundamentais da História do Rock Brasileiro, Revista Superinteressante, 2004.